quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Infelicidade feminina

O tema é um tanto árduo, mas não dá para fugir dele: apesar de todas as nossas conquistas, de vez em quando bate uma tristeza ou frustração decorrentes, entre outras coisas, do próprio processo de envelhecimento feminino. Trata-se da famosa "crise dos 40 anos" que, não necessariamente, aparece quando completamos exatamente quatro décadas de vida. Pode vir, por exemplo, aos 38, 42, 46, ou até 50 anos ou mais. Ou seja, não tem data marcada para acontecer. Depende da pessoa.

Na avaliação da minha colega jornalista Anna Lúcia França, essa crise ocorre porque "você começa a ver que não pode mais perder tempo, que passa a ser precioso". Concordo com ela.

Anna Lúcia cita o que aconteceu com a atriz Leila Lopes, que se suicidou há duas semanas. Oficialmente, Leila tinha acabado de fazer 40 anos - após a morte dela, descobriu-se que, na verdade, ela tinha completado 50 anos. Apesar de tentar passar uma imagem de que estava feliz com a mudança em sua carreira (passou a fazer filmes pornográficos), em suas cartas de despedida a atriz deixou transparecer toda a sua infelicidade.

Assim como a Anna, acredito que o fato de ter completado 50 anos (ou 40, como se divulgava), influenciou o estado de espírito de Leila, que tomou a pior decisão de todas.

A Anna me sugeriu a leitura de um texto do Ivan Martins, editor-executivo da revista Época, intitulado "Mulheres descartáveis". É um convite à reflexão sobre a infelicidade feminina. Vale a pena ler. Obrigada pela dica, Anna! Um beijão.

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